
Estas águas que se renovam, estão contaminadas...
Este calor que derrete abafa muita coisa
e sem respirar,... quero água...
..derreto-me nesta contaminação, quero água...
Acordo e lavo o rosto nas águas sagradas da pia,
continuo com sede...
...nada como um dia após o outro dia,
como o refrão já dizia... Quero água!
Estas águas que passam, não voltam mais...
...porém ou aliás, penso em seguir o curso do rio,
para tomar da mesma contaminação...
Continuo com sede...
Não encontro nem pistoleiro de aluguel para esta tarefa,
matar nestas horas é sobrevivência, significa vida!
O mundo derrete, eu me derreto, continuo com sede...
...fujo desta coisa proibida de tomar água contaminada...
escondo-me, o calor vai atrás, a água entre pelas frestas e molha...
...brincadeira sem graça essa...
Continuo com muita sede...
...estas águas me embebedam de algo estranho...
É, vou ficar calado para ver se consigo fugir
deste calor, vou me esconder onde este mormaço não for...
Onde tiver águas límpidas, vou me esbaldar,
onde estiver esta loucura, estou a um passo de me humilhar,
vou fugir, ter-me como nunca me tive, ousado!
Com frio em meio ao deserto deste oásis...
Continuo com muita sede...
...esta água, me embebeda, quem sabe....
Eduardo Dehira