...as palavras são poderosas...

Depois de muito tempo, você aprende que as palavras são mais poderosas do que imaginamos....

Não espere idéias lindas e esperançosas...

...e sim, palavras com sentimentos de realidade...

Pois um poeta não escreve versos,

ele narra sentimentos em forma de imortalidade...




Eduardo Dehira


sábado, 9 de outubro de 2010

LABIRINTO E O SOL


As vezes me sigo por este labirinto da vida,
não par quando ando, nem um minuto...
nem um mesmo, nem mesmo um...
Minutos desta vida que mais parecem séculos...
São tempos em tempos que me seguem por onde vou,
neste labirinto sem saída...labirinto desta vida...

Não sei mesmo para onde correr,
não sei mesmo por onde começar,
escaldante queima sol na pele surrada da insolação,
caminho árduo desta trilha, do sol que não se decide...
pareço-me com ele, nem sei ao menos de que lado ficar,
esta indecisão do sol afeta minha mente,
se o sol que é divindade, és Deus,
tão perdido é, a ponto de não se decidir...
...quem somos nós, reles perdidos neste labirinto?

Eduardo Dehira

domingo, 19 de setembro de 2010

ÁGUA



Estas águas que se renovam, estão contaminadas...
Este calor que derrete abafa muita coisa
e sem respirar,... quero água...
..derreto-me nesta contaminação, quero água...
Acordo e lavo o rosto nas águas sagradas da pia,
continuo com sede...
...nada como um dia após o outro dia,
como o refrão já dizia... Quero água!
Estas águas que passam, não voltam mais...
...porém ou aliás, penso em seguir o curso do rio,
para tomar da mesma contaminação...
Continuo com sede...
Não encontro nem pistoleiro de aluguel para esta tarefa,
matar nestas horas é sobrevivência, significa vida!
O mundo derrete, eu me derreto, continuo com sede...
...fujo desta coisa proibida de tomar água contaminada...
escondo-me, o calor vai atrás, a água entre pelas frestas e molha...
...brincadeira sem graça essa...
Continuo com muita sede...
...estas águas me embebedam de algo estranho...
É, vou ficar calado para ver se consigo fugir
deste calor, vou me esconder onde este mormaço não for...
Onde tiver águas límpidas, vou me esbaldar,
onde estiver esta loucura, estou a um passo de me humilhar,
vou fugir, ter-me como nunca me tive, ousado!
Com frio em meio ao deserto deste oásis...
Continuo com muita sede...
...esta água, me embebeda, quem sabe....


Eduardo Dehira

terça-feira, 7 de setembro de 2010

LÁGRIMAS

Escorre devagar, lenta e dolorosa,
implora quando cai, ao mundo
a dor dos sentimentos que se expressam entre olhares...
Em forma de gotas salgadas, vindas de um mar infinito...
pequeno de tão grande, às vezes colorido...

Contra as rochas vem à maré de lágrimas
que espanta as lamentações de água salgada!
Se choras maré de lágrimas, mostre-me a ânsia
de emoções contidas em oceanos longínquos...

Pode ser espinho da rosa,
pode pesar toneladas, ao chorar, vem salgar
o mesmo gosto de mar, do rosto de quem
emana tudo de si...
Pode ser discreta, vinda da calada...
companheira fiel do teu leito, a lágrima que vai...
...salgada!

Diga ao se conter da dor que sentes em
derrmar este mar de sentimentos,
cruel... e por cair, faz-se implorada...
...o sabor amargo, pesado desta dita e maldita, lágrima...
Quem não chora, não sabe expor teus sentimentos,
quem não chora trancafia dentro de si, os maiores dos pesares
alegres ou tristes ficam presos os derradeiros olhares...

Eduardo Dehira

quinta-feira, 3 de junho de 2010

DIÁRIO

Todo dia é a mesma coisa,
esta hora são os mesmos minutos que passam,
os mesmos segundos, e segundo a tradição,
me sinto parado, como o tempo que insiste em não parar...

Hoje me senti olhando o relógio, que não passa,
achei que fosse a pilha, percebi que não adianta "pilhar" nada,
o tempo não muda a maneira de passar...
os segundos são os mesmos, as horas também...

Que chato é olhar para frente e não ver o que passou...
Queria eu saber o que vem pela proa,
para fugir e esquecer que este tempo me persegue...
E eu vou fugindo... seguindo...

Eduardo de Sá Dehira

sábado, 1 de maio de 2010

QUAL SÃO É O HOMEM?

Ando pra lá e pra cá, meio sem rumo,
tento em vão forjar uma situação que me enforque,
tento sim, sem rumo caminhar,
atrás de algo ilícito que me conforte, mesmo!
Solitário, um filme sobre minha mente,
você ausente, me calo e silencio como a voz do vazio...

Estes versos falam por si a medida que não
dou conta de me despedir, mesmo!
Esta noite calada, mal falada, mal dita, maldita!
...maldita hora que me encontrei assim, mal dito! Mesmo!
Calo-me a esmo sem saber que ouviria minha voz,
calo-te em poucos termos com minhas declarações...
...final, nem sei se me escutas, não sei se por mim lutas...mesmo!

Qual são é o homem que despede de um amor por tempo sombrio?
Qual são é o homem que desce de um pedestal de vaidades
e se mostra real, se mostra como tal, apaixonado, mesmo!
Qual homem é homem de verdade em encarar esta atrocidade
que é o sentimento que machuca, dói por dentro de sabe lá o que,
afinal, não sabemos nem tu nem eu, o que temos por dentro deste amor
tão lindo, mesmo!

Eduardo de Sá Dehira

quarta-feira, 21 de abril de 2010

NOSSA SOLIDÃO

NOSSA SOLIDÃO
(21.04.10)

Esse por do sol que não se vai,
este luar que não vem, a manhã que não acorda...
Este amor que não aflora, nem acaba, nem me ama, nem me mata...
Que coisa sem graça, que solidão dolorida...
Necessária noite templária,
Necessária solidão ordinária,
Necessário o amor que mesmo calado,
...não se cala!
Que força é esta que não para, não cala...
Se ando, paro, se paro com tudo, separo!
Que luz que não ilumina, que fria, tensa
esta neblina, escura...
Por onde andas, não sei...
Por onde eu ando, muito menos...
Se vamos iluminar, não sei!
Não sei nem se vamos nos declarar,
ou morrer por dentro, falecer no relento...
Que solidão ingrata, que situação chata...
Não me acostumei com ela, nem ti com a mesma,
se continuamos, não sei...
Este sentimento mais forte que já senti, dói...
...pela necessária distância...
...substância venenosa, corrói...

O amor é tão forte,
que se feliz és sozinha,
prefiro esta maldita solidão
do que te ter infeliz comigo...

Eduardo de Sá Dehira